Sexo na gestação é em geral seguro, afirma especialista

Sexo na gestação e puerpério muitas vezes é um tabu. Tanto as mulheres como os homens muitas vezes se sentem inseguros, acanhados e incomodados nesse momento. As contraindicações médicas são em raras situações e o obstetra deve ajudar nesse esclarecimento. Por outro lado, pra outros pode ser um momento de muito potencial de descobertas. Vamos conversar sobre isso?

Quem nunca riu ao ouvir de que fazer sexo durante a gestação pode machucar o bebê em formação? Pois há casos em que isso é, de fato, verdade. A ginecologista Marianne Pinotti, do grupo de cirurgia oncológica e mamária da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, afirma que 15% das grávidas têm complicações e são proibidas de fazer atividades sexuais durante o período.
Uma parcela sofre com algum problema durante a gestação e é preciso suspender as atividades sexuais. Apesar de ser uma fatia reduzida, há, sim, fatores que motivam a suspensão, sobretudo no início-diz.
No primeiro trimestre, ou seja, até a décima segunda e décima terceira semana, existe o que os médicos chamam de ameaças de abortamento com possíveis sangramentos. É sempre importante procurar o profissional especializado para fornecer o diagnóstico correto diante de ocorrências do gênero.
Existem, por exemplo, o chamado sangramento da nidação, quando o embrião se une ao útero. Ocorre um sangramento pequeno, mas que não faz mal para a saúde do bebê. Neste caso, específico, a vida da mulher contínua a mesma. Porém, pode ser um sangramento derivado do deslocamento da placenta, que é um escorrimento maior e gera um aumento de risco. E necessário a suspensão da atividade sexual neste caso – explica Pinotti.
Isso não que dizer que o impedimento perdure pelos outros meses, mas é necessária uma vigilância maior pelo médico para saber o tempo certo que as atividades sexuais do casal possam retornar sem fazer mal ao feto.
No segundo trimestre, que corresponde da décima quarta até a vigésima, o risco é com o encurtamento do colo uterino. O tamanho normal dele seria em torno de 2,5 centímetros Valores menores ou iguais são preocupantes, pois quanto mais curto for o comprimento do colo uterino, maior é o risco de parto prematuro.
Houve recentemente mudanças no protocolo de diagnóstico e tratamento desse problema. O colo do útero, que deve funcionar como uma “rolha” durante o período de gestação, com mais colágeno, enrijecido e fibroso, e cuja função é segurar o peso da gravidez, pode encurtar, amolecer e dilatar. Isso configura uma patologia chamada incompetência istmo cervical, que resulta no parto ou perda do bebê no segundo trimestre de gestação – explica a obstetra.
Mulheres que têm a patologia do colo uterino curto têm grandes chances de ter um parto prematuro já no terceiro trimestre, por isso o cuidado com elas é redobrado. Apesar de ocorrer em uma pequena parcela das gestantes, os riscos são encontrados nos três trimestres da gestação e devem ser acompanhados por um médico especialista para que a solução não cause ameaças ávida da mãe e do bebê.

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