Testosterona. Estou sem desejo sexual, preciso dosar minha testosterona? NÃO

A sexualidade feminina é complexa e não somente relacionada a hormônios como a testosterona. Fatores psicossociais como cultura, crenças religiosas, autoestima, depressão, traumas sexuais como abuso, tipo de relacionamento afetivo, doenças e o uso de medicamentos influenciam a sexualidade feminina.

O diagnóstico de perda do interesse nas relações sexuais e/ou falta de excitação se baseia na classificação pelo DSM 5 e é definida como Transtorno do Interesse/ Excitação Sexual Feminino. O diagnóstico desta síndrome é realizado com base em critérios EXCLUSIVAMENTE CLÍNICOS.

A dosagem de testosterona não está indicada para esse diagnóstico, nem para avaliação de baixa função ovariana ou adrenal porque o método de dosagem utilizado mundialmente só permite discriminar o excesso de produção de testosterona, como para o diagnóstico de tumores e/ou outras doenças que levam a acne, hirsutismo e virilização. Testosterona total e sobretudo livre só devem ser dosadas na avaliação de hiperandrogenismo (suspeita de excesso )

O uso de Testosterona pela mulher não está aprovado no Brasil e não existem medicamentos fiscalizados por órgãos de vigilância sanitaria (ANVISA) aqui disponíveis. Mundialmente, não é recomendado o uso de formulações masculinas para mulheres. Pode ser considerado somente em mulheres na pós-menopausa, excluída outras causas e sempre acompanhada de estrogênio, mesmo assim, temos poucos dados de segurança a longo prazo. ( e também não requer dosagem laboratorial)

O uso de testosterona por mulheres, sem indicação e com medicamentos inadequados, pode levar a efeitos a curto e a longo prazo, dose-dependentes como espinhas, excesso de pelos, queda de cabelo, aumento do risco cardiovascular, engrossamento da voz, aumento do clitóris, além de dependência psicológica como depressão após a retirada, transtorno da imagem corporal (dismorfofobia, vigorexia) e transtornos alimentares (ortorexia).

Leia a matéria completa através do link disponibilizado na Bio do Instagram, ou acesse: https://www.endocrino.org.br/media/nota_de_esclarecimento_abuso_testosterona_defa_sbem_(1).pdf

Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

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