Nota técnica do Ministério da saúde recomenda adoção da dose única da vacina HPV no Calendário Nacional de Vacinação para Crianças de 09 a 14 anos de idade imunocompetentes.
Em nova nota técnica N° 41/2024 – CGICI/DPNI/SVSA/MS, o Ministério da Saúde atualiza as recomendações da vacinação contra HPV no Brasil (SUS) com a adoção da dose única da vacina
HPV no Calendário Nacional de Vacinação para crianças (independente do sexo) de 09 a 14 anos de idade imunocompetentes, bem como de estratégia de resgate de adolescentes de 19 anos não vacinados e inclusão das pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PRR) como grupo prioritário da vacina HPV.
A adoção da dose única tem como base:
- As evidências robustas em estudos nos ultimos 10 anos (ex: KEN SHE, DoRIS, CVT, India IARC) de que esquema de dose única da vacina HPV para pessoas de 9 a 20 anos, sem imunosupressão, pode fornecer proteção contra o câncer de colo de útero, igual ao de duas ou três doses em ambientes de altas coberturas vacinais;
- As recomendações da OMS (2022) e OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde (2023), cujo posicionamento é favorável á adoção de um esquema vacinal de dose única da Vacina HPV até 20 anos de idade; de duas doses com intervalo de 6 meses, a partir de 21 anos, e de 3 doses para pessoas imunocomprometidas, deixando a critério dos países a adoção ou não essa recomendação.
- A dificuldade da incorporação da vacina em muitos países e do alcance de coberturas adequadas na segunda dose da vacina HPV.
- A observação de que os países onde a dose única foi adotada vêm aumentando suas coberturas vacinais e foi possível a ampliação do benefício para outros grupos prioritários;
- Menos evidência de proteção da dose única para cânceres em outros sítios e nos homens não significa que não haja eficácia, visto que a imunidade para o HPV funciona em nível celular, e que não haveria razão para não gerar proteção dos dois sexos.
Lembrando que as recomendações para os demais grupos (imusuprimidos e vítimas de violência sexual) não alteraram.
- Adicionalmente o outro grupo prioritário deverá ser incorporado a vacinação contra HPV como as pessoas portadoras de PRR, independente, da idade, com esquema próprio para a idade, visto os resultados animadores dos estudos observacionais e de Metanálise realizada. Portanto, o CTAI sugere que seja.
- Além disso, esta nota técnica recomenda de modo veemente a realização de uma estratégia de resgate de adolescentes de até 19 anos, 11 meses e 29 dias, para resgatar os não vacinados (aqueles com dose zero de vacina HPV), que dependendo da disponibilidade da vacina, será iniciada na região norte, local com menor cobertura vacinal e maior mortalidade por câncer de colo do útero.